avia, há muito tempo, um pavão vaidoso e metido que vivia se gabando que era muito mais belo do que todos os outros animais. Certo dia, porém, o gato passou ao seu lado, e o pavão se impressionou com seus bigodes alinhados, pelos cintilantes e garras bonitas, brilhantes como aço. Assim, o pavão, com seu pequenino cérebro que somente sabia se exibir, bolou uma brincadeira para enganar o gato e ser, novamente, o mais belo de todos os animais.
O pavão rebolou até a beira do lago, aonde se banhavam diversos peixes grandes e coloridos, belos, e piou, sorrindo: "Olá, meus caros amiguinhos, vejam só, pois eu, bondoso como sou, percebi o temor e a tristeza de vocês, pois o senhor gato vive tentando agarrá-los para devorá-los, pobrezinhos. Assim, façam o que eu digo e o gato verá que são os predadores, os malvados, os melhores. Saltem por toda a água, irritando o gato, quando ele vier à margem, e tentem fazê-lo cair na água. Sera muita humilhação para ele."
E, assim, a ave pavoneou para trás de uma árvore imensa e lá ficou esperando pelo gato, que veio cheio de fome à margem do rio e tentou agarrar um peixe para comer. Pois os peixes seguiram o conselho do pavão e saltavam de um lado para o outro, fazendo com que o felino, perdendo o equilíbrio, caísse dentro do lago. O pavão, rindo, rolando na relva fresca de tanto rir, surgiu de trás da árvore em que estava, e, olhando para o gato, usando as penosas asas coloridas, despenteou os pelos do felino, que rosnou irritado. Assim, o gato ficou tão irritado, mas tão irritado, que saltou sobre o pavão, o matou e comeu no jantar.
Moral: Se plantas espinhos, espinhos colherás, se plantas flores, flores colherás.
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