erta vez, há muitos e muitos anos, existiu um menino que foi subestimado pelos seus colegas. Tomada pela raiva, a criança prometeu matar um tigre branco, o mais raro e perigoso da região, e trazê-lo para vender sua pele e mostrar a todos que não era covarde e nem mariquinhas. Assim, dirigiu-se até a mata, com uma faquinha escondida entre as mãos.
A floresta era densa e aterrorizante, com muito verde e muitas cores diferenciadas. O garoto nem percebeu, mas um par de olhos amarelados e assustadores o observavam atentos, camuflados na escuridão. De repente, um tigre surgiu no meio do caminho de pedrinhas, rugindo irritado, e o menino agarrou uma corda, com as mãos tremendo, e a jogou sobre a fera, o que a prendeu imediatamente, deixando-a imóvel no chão, rugindo e se debatendo. Com muito medo, o garotinho agarrou sua faquinha, que guardara dentro de seu bolso, e caminhou cheio de medo até o tigre, que ainda grunhia um tantinho, nervoso.
Tentou, tentou, mas não conseguiu enfiar faquinha na pele macia do tigre, simplesmente não conseguia. Por causa disso, pensou, sou mesmo um covarde, sou, sim, e por isso, não vou deixar essa fera sofrer as consequências. Vou soltá-la.
E soltou, afrouxou as cordas de leve. O tigre, rápido como um raio, sumiu nas folhagens, sem deixar rastro. O menino, muitíssimo desapontado, voltou para sua aldeia, de mãos vazias. Sofreu com os colegas de classe, olha, e aí, desistiu, seu mariquinha, de trazer o feroz tigre da floresta? E aí? Será que você não é um fantasma, gente, galera, venham aqui, vamos acabar com ele, vamos jogar um tigre de verdade nele, o pai do Mali trabalha no Zoológico, vamos pedir a fera emprestada, vamos matar esse maricas, vamos, vamos!
E, por fim, relutante, o pai de Mali finalmente deixou o tigre sair da jaula e acompanhar os malvados, o animal pisando forte na terra amarronzada. Suas presas brancas assustavam mais às crianças do que ao menino considerado covarde. Já tinham mandado o tigre, que era alaranjado, saltar em cima do garoto, quando um vulto caiu em cima dele com ferocidade, uma sangrenta batalha sendo travada na frente dos infratores e seu prisioneiro, até que se foi visto o que atacara o tigre laranja: Era o tigre branco, que tinha agora um imenso corte acima do olho esquerdo. A fera branca imobilizara a alaranjada no chão com as pesadas patas. A batalha acabara.
Depois de o tigre laranja-vivo ir embora com o pai de Mali e todas as crianças malvadas, que eram puxadas pelas suas orelhas pelos seus pais,
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